quarta-feira, 15 de junho de 2016

Maria José Carvalho dos Santos, 80

Raquel Stanick
Série: Mortalha
Título: Maria José Carvalho dos Santos, 80
Esferográfica s/ Kraft
20x20
2016                                                                                                                                                                    

"A aposentada Maria José Carvalho dos Santos, de 80 anos, foi violentada sexualmente e assassinada, no Barro Vermelho, em São Gonçalo, na tarde de quarta-feira. O corpo da idosa, que estava nua, foi encontrado por familiares dentro da casa onde morava sozinha, na Rua Alberto Nianza. Inicialmente, eles acharam que Maria José tinha morrido de causas naturais. No entanto, na quinta-feira, acabaram surpreendidos ao serem informados sobre o crime. “Achamos que ela havia sofrido um infarte, até porque ela reclamou de falta de ar. Somente no IML, quando já preparávamos as coisas para a liberação do corpo, descobrimos o que de fato tirou a vida da minha mãe. Eu ainda estou em estado de choque, não consigo acreditar. Como alguém teve coragem?”, lamentou a filha da vítima, uma engenheira, que preferiu não se identificar. Policiais da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG) foram acionados e realizaram perícia técnica na casa da idosa e constataram que não havia sinais de arrombamento nas portas e que nada havia sido furtado. A morte de Maria José teria sido causada pela própria violência sexual. “O fato da casa não estar revirada não nos diz muita coisa, por causa da idade dela, já que uma idosa de 80 anos não tem força para entrar em luta corporal. Mas nada da casa foi levado. Ainda não sabemos quem pode ter cometido este crime, com requintes de crueldade, e nem a motivação. Mas iremos investigar até termos todas as respostas”, esclareceu o delegado Allan Lacerda Duarte, responsável pelas investigações. Muito ativa e independente, Maria José era carinhosamente chamada pelas filhas de Borboletinha, pois adorava sair sozinha.”Minha mãe sempre foi muito livre, nunca dependeu da gente para nada, nem para sair, fazer as coisas ou pedir dinheiro. Era muito organizada, sempre arrumava a casa, amava cozinhar e deixava tudo arrumadinho. Vivia fazendo obras e querendo melhorar a casa. Tinha mais disposição que muita gente nova”, relembrou a filha. Filha da vítima, a engenheira contou que a família estava se programando para passar o Dia das Mães em Cabo Frio, Região dos Lagos. Mesmo com a dor da perda, ela diz não sentir raiva do assassinado. “Foi um crime bárbaro, de uma crueldade sem tamanho. Não consigo nem imaginar no que a minha mãe sofreu, que dói o meu coração. Quem fez isso é um ser muito frio. Mas eu não estou com ódio, estou entregando nas mãos de Deus e Ele que tenha misericórdia e seja justo. Eu já perdi a minha mãe, não posso me ocupar também guardando sentimentos ruins comigo, porque vou me acabar aos poucos”, lamentou. Cerca de 50 pessoas, entre amigos e familiares, deram o último adeus à idosa, ontem à tarde, no Cemitério São Miguel, em São Gonçalo. O sepultamento aconteceu por volta das 16h30."

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