quarta-feira, 15 de junho de 2016

Jéssica Leite, 20

Raquel Stanick
Série: Mortalha
Título: Jéssica Leite, 20
Esferográfica s/ Kraft
20x20
2016                                                                                                                                                                    

"A Polícia Civil do Distrito Federal investiga a possibilidade de que a estudante de jornalismo Jéssica Leite, morta com uma facada nesta terça-feira (14), conhecia o autor do crime. O crime aconteceu na QNL 23, em Taguatinga, por volta das 16h30. Após receber uma única facada no peito, a menina agonizou por dez minutos. "A vítima saiu de casa muito antes da aula, que começaria por volta de 19h30. O crime aconteceu em um ponto comunitário, que não fica no caminho da parada onde ela pegaria ônibus para a aula", disse o delegado Flávio Messina, da 17ª DP (Taguatinga). "Para eu parar, para desviar a minha rota, eu tenho que ter algum motivo." O delegado suspeita que o crime tenha acontecido após o autor e Jéssica terem marcado de se encontrar em um ponto comunitário. A morte, segundo ele, não teria sido premeditada e deve ter ocorrido após uma discussão. Pela faca ter atingido o esterno da garota (osso próximo ao pulmão), acredita-se que o golpe tenha sido causado por um homem, pela força que foi empregada. Segundo a polícia, o contato entre a vítima e o autor do crime não durou mais de 20 minutos. Jéssica carregava uma bolsa com casaco, carteira com cerca de R$ 30 e celular. Só o aparelho de telefone foi levado. "Não podemos nem confirmar que o celular foi levado pelo autor do crime", declarou o investigador. Por esses motivos, o delegado considera mais provável que o crime tenha sido um homicídio em vez de latrocínio (roubo seguido de morte). Messina disse que a corporação teve acesso a fotos da menina fazendo uso de maconha. Até a publicação desta reportagem, ninguém havia sido preso e a arma do crime não tinha sido encontrada. Mais detalhes do caso devem ser revelados pela perícia do Instituto Médico Legal, que deve sair em até 30 dias. Celular analisado O delegado Flávio Messina informou que a polícia tenta acessar o conteúdo do iPhone da menina disponível na internet. Não foi possível rastrear o aparelho porque ele está desligado. A família da jovem de 20 anos e um rapaz com quem ela tinha um relacionamento eventual vão ser ouvidos nesta quarta. Messina também descartou que o possível assassino tenha ido lavar as mãos em uma paróquia vizinha ao local do crime. "Fui lá pessoalmente e não há nenhum vestígio de sangue", afirmou. A informação tinha sido relatada por uma zeladora da igreja.O velório da jovem começou por volta de 11h desta quarta, no cemitério de Taguatinga. Ela deve ser enterrada às 16h30. A menina vivia com a mãe, a avó e dois irmãos na QNL 19. A região é conhecida pela polícia e por moradores por ser frequentado por usuários de drogas. Amigos e familiares compareceram no velório da garota. Eles se revezavam para prestar as últimas homenagens à jovem, lembrada pela alegria e bom-humor. "Ela sempre cativava as pessoas. Era sempre muito engraçada", disse o estudante Gabriel de Souza, que fez catequese com a menina em 2011. Outra colega da igreja, Maria Luísa Freire relatou ter perdido contato pessoal com a amiga naquele ano. "Ela deixou de frequentar a paróquia, mas nós seguimos amigas nas redes sociais. Ela sempre postava alguma foto. Recentemente postou uma mensagem da Bíblia", afirmou. "Mas quando vimos a notícia, doeu como se a gente estivesse em 2011 de novo.""

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