terça-feira, 7 de junho de 2016

Giselle Alves, 33

Raquel Stanick
Série: Mortalha
Título: Giselle Alves, 33
Esferográfica s/ Kraft
20x20
2016 
Fonte: http://extra.globo.com/casos-de-policia/policia-investiga-morte-de-skatista-de-33-anos-em-paraty-no-rj-18452385.htmlhttp://extra.globo.com/casos-de-policia/policia-investiga-morte-de-skatista-de-33-anos-em-paraty-no-rj-18452385.html

"A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga a morte da skatista Giselle Alves, de 33 anos, encontrada sem vida em Paraty, no litoral sul fluminense, no dia 30 de dezembro. O corpo da vítima, localizado por volta das 5h30 no centro histórico da cidade, apresentava uma lesão na cabeça - causada por um instrumento cortante - e sinais de abuso sexual. O caso foi registrado como homicídio qualificado. Até o fim da noite desta segunda-feira, nenhum suspeito havia sido preso. De acordo com o delegado João Dias, responsável pelas investigações, o crime teria ocorrido entre 3h30m e 4h30m. Antes de ser morta, Giselle andava de skate com o namorado e outros três amigos na Praça da Matriz, perto de onde foi encontrada. — As testemunhas relataram que estavam todos andando de skate na praça e que, em determinado momento, a Giselle se afastou. Como ela estava demorando muito para retornar, foram atrás dela, mas encontraram-na morta — relata o delegado, acrescentando que os bombeiros chegaram a ser acionados para o local. Dias explica que somente o laudo da perícia vai determinar quantas vezes Giselle foi golpeada na cabeça. Também não há certeza sobre o instrumento utilizado no crime, que pode ter sido uma pedra ou uma marreta. Segundo ele, há indícios de que a vítima também tenha sofrido abuso sexual. — A vítima foi encontrada de bruços, com as vestes na altura do joelho, um indicativo de que tenha ocorrido violência sexual — afirma. O delegado afirma que outras testemunhas serão ouvidas nos próximos dias sobre o caso, incluindo a família de Giselle. Dias também vai analisar imagens de câmeras de segurança do entorno e aguarda o resultado de laudos para concluir a investigação. Inconformados com o crime, amigos e parentes da skatista decidiram se mobilizar nas redes sociais para cobrar uma solução do poder público e dar luz à questão da violência contra as mulheres. Fabíola Willsher conhecia Giselle há 12 anos. A morte da amiga - com quem viveu em Barcelona, na Espanha, por um tempo - a deixou desolada. No entanto, preferiu deixar as lamentações de lado e, nesta segunda, criou uma página no Facebook - “Justiça por Giselle Alves” - com o objetivo de cobrar uma resposta das autoridades sobre o crime. — O que fizeram com a minha amiga foi uma barbaridade. Tenho medo de que as investigações não cheguem a lugar algum, que o crime fique impune. A Giselle merece Justiça e, assim como todas as outras mulheres, que o criminoso seja encontrado e preso — defende.Fabíola conta que Giselle, natural de São Paulo, vivia em Paraty desde o início de 2015. Tinha planos de voltar para Barcelona, onde viveu por um tempo, mas, segundo ela, acabou se apaixonando pela cidade e ali ficou. — Ela estava muito realizada e feliz em Paraty. Nunca relatou nenhum tipo de ameaça. Falei com ela pela última vez três semanas antes do crime — afirma. Ela acrescentou, no entanto, que a amiga publicou uma foto de uma rua de Paraty no Facebook, em setembro do ano passado, com uma legenda misteriosa: “Às vezes essas ruas vazias me alucinam. Minha mente me transporta a lugares desconhecidos. Na esquina do medo e do terror”. O Coletivo Feminismo em Debate, de Paraty, também organizou atos contra a morte da skatista nos dias 31 de dezembro e 7 de janeiro. A próxima manifestação está marcada para o dia 18 de janeiro, durante a inauguração de uma pista de skate na cidade."

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